FEIRANTES DESTAQUE



FEIRANTES EM DESTAQUE
FEIRANTES EM DESTAQUE
FEIRANTES EM DESTAQUE

Superação de uma feirante
Nome: Iraci
Idade: 37 anos
Escolaridade: Ensino médio concluído
Feira: Alameda Yayá
Tempo de feira: 15 anos
Barraca: Peixes e frutos do mar

Iraci surpreende, por ser uma mulher e comandar sozinha uma barraca na feira. Sua barraca tem cinco funcionários, quatro homens e uma mulher.

Rodrigo O que levou a Senhora ser feirante?
Iraci: Comecei com uma pequena barraca de peixe. Passei por muitos apuros. No começo não tinha estrutura alguma par ser feirante. Foi ai que decidi investir. Vendi um veículo particular e uma moto. Com o dinheiro, dei entrada num caminhão. A partir daquele momento vi realmente o grande desafio “pagar o caminhão".Minha intenção era transformar o baú em compartimento para os peixes e frutos do mar.

Rodrigo: Como enfrentou este desafio?
Iraci: Lembro-me que na época tive uma idéia, fazer um curso no SEBRAE. No curso poderia aprender melhor como vencer este gigante que estava em minha frente. Tomei coragem fiz o curso. Aprendi técnicas para o meu negócio, investi em qualidade, melhorei as embalagens, comecei a fazer Sushi paras restaurantes orientais e festas orientais. E assim consegui quitar meu caminhão. Transformei numa barraca que era pequena, mas hoje é um excelente negócio. Tudo isto graças a Deus.

Rodrigo: O caminhão é o mesmo?
Iraci: Não o caminhão já é outro, com mais tecnologia e mais espaço para os produtos.

Rodrigo: Como faz para buscar produtos para vender?
Iraci: Vamos buscar entre 2:30 e 3:00 da manhã. Na feira sempre esta tudo fresquinho.

Rodrigo: Você tem planos de sair da feira?
Iraci: Não, de jeito nenhum! A feira é a minha vida, minha segunda casa. Sempre estou conhecendo pessoas novas, como você agora. Eu trabalho em mais duas feiras. A feira me ajudou muito. Sou grata à feira finalizou Iraci.

Rodrigo Goulart


Nosso amigo Pasteleiro

Ao chegar na feira da Alameda Yayá, tinha a missão de encontrar um feirante que se destacasse por: simpatia, clientela e história de vida.
Ao passar em frente à barraca de pastel ás 09:00 hrs, a barraca já estava cheia. Pensei: Este pastel deve ser bom e barato. Depois de 1 hora a barraca continuava cheia. Foi assim que decidi conhecer quem era o responsável por todo aquele movimento logo cedo. Ao chegar na barraca não quis ser inconveniente já que o movimento estava muito grande. Apresentei-me e perguntei: Posso conversar um minutinho com o senhor a respeito das feiras livres? Com um largo sorriso fui recebida e assim começou nossa conversa.
Apresento-lhes: “Nosso amigo Pasteleiro”
Nome: Hélio Massaki Teruim.
Presidente do Sindicado dos Feirantes de Guarulhos
Idade: 48 anos.
Formação: Advogado.
Tempo de Feira: 20 anos.
Um pouco sem graça, limpando a mão no avental o senhor Hélio nos recebeu para um bate papo.

Fabiana: Conte um pouco sobre sua vida na feira.
Hélio: Estou na feira há 20 anos. Já estou na terceira geração de feirantes. Tenho um irmão que também é feirante.
“A feira por si é divertida, cada dia vamos num lugar, as pessoas são diferentes. Se você não põe na cabeça que é divertido, você não aguenta. Feirante é trabalhador, trabalha mais de 14horas por dia. De segunda a segunda, porque quando não está na feira está resolvendo alguma questão administrativa relacionada à feira”.

Fabiana: Como começou sua história com o Sindicato?
Hélio: A idéia partiu do meu amigo Valdir Kunyoshi (hoje vice-presidente do Sindicato), mais ou menos em 1989, 1990. No inicio éramos em 30 pessoas. Os feirantes ficaram muito resistentes com a idéia, não entendiam que estávamos defendendo a cada um deles.

Com nosso trabalho, modernizamos a feira.Exemplo disto é a barraca de peixe; antes não tinha balcão frigorífico, a barraca de peixe era a primeira a ir embora.Hoje já não temos este problema.Pode vir a qualquer hora que tem peixe fresquinho. A feira era desorganizada; agora você pode ver que é setorizada. Não temos problemas com o fiscal nem com a vigilância.


Fabiana: O senhor já passou alguma dificuldade na feira?
Hélio: Muito sol, chuva, acordar cedo. Uma vez a ventania levou a barraca. (risos) A gente já superou tudo isto. O ruim é quando tem assalto, estamos chegando em casa e somos assaltados.


Fabiana: E sua relação com os clientes?
Hélio: Alguns fregueses conheci quando eram criancinhas, hoje são adultos casados e continuam vindo aqui comer pastel.
(Nesta hora interrompo e falo que fui umas das crianças que comi pastel na barraca dele)
Continua... No supermercado é tudo muito mecânico. Aqui tem freguês que come pastel e paga na outra semana, porque tem confiança e calor humano.
Tem freguês que vem na feira só pra comer pastel, procura o dia que tem feira e vai atrás.


Fabiana: Para finalizar, o que o senhor gostaria de falar para a população?
Hélio: “O que eu tenho a dizer é agradecer a população, sem a população a gente não sobrevive”.Agradecer também os alunos, professores e a Prefeitura pela parceria. Em nome de todos feirantes deixo meu agradecimento. Quero pedir desculpas pelo transtorno, mas a feira é necessária. Amanhã conseguiremos solução. Se não precisasse, não existiria a feira.Em nome de todos feirantes tá?
Já se despedindo nosso amigo feirante finaliza:
Hélio: “A feira deveria ser um patrimônio público, intocável. A Feira continua sobrevivendo pela sua tradição, se não já havia acabado naturalmente”.

Não só comprovamos, como provamos a qualidade dos pastéis.(O senhor Hélio fez questão de nos oferecer pastel e refrigerante). E assim finalizamos nossa conversa, com gostinho de quero mais.


Fabiana Carvalho



Empreendedor Nato

José Batista, ou Sr. Batista, como é conhecido, trabalha na feira há 35 anos. Muito simpático, possui uma barraca de frutas.
Entre seus funcionários alguns são familiares, como filha, cunhado e irmão. Ele foi fundador do Varejão do Cecap. O pai dele o ajudava no começo com as compras de mercadorias.Uma das primeiras vezes que Sr. José foi comprar mercadorias no Ceasa, ficou perdido com os preços. Quem diria que, anos depois, seria o dono da maior barraca de frutas da Feira Alameda Yayá.


Ao lado, você pode conferir o ANTES e DEPOIS.
Fotos de 1980, no varejão do Cecap e fotos de 2010 na Feira da Alameda Yayá.


Rafael Cardoso.